quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Versões alternativas da mensagem de Passos Coelho

Gostava tanto que a mensagem do Pedro fosse algo deste género. Se é para ser parvo, ao menos que atinja o máximo da escala:

"Perguntaram-me se queria adoptar um gatinho. Não me parece, ainda é muito cedo. Primeiro quero ter dois ou três biológicos e só depois penso em adoptar. E quando adoptar tem que ser de uma raça diferente que é para toda a gente perceber que é adoptado."

"Há uma razão para passarmos por todos estes sacrifícios. Digam isso aos vossos filhos e netos que eles vão perceber. A razão para passarmos por todos estes sacrifícios é passarmos mais sacrifícios para fazermos face aos sacrifícios anteriores e assim sucessivamente. Contem-lhes a história de Abraão e Isaac que é uma história muito bonita sobre a relação entre pais e filhos e sacrifícios (não me lembro se é "Abraão e Isaac" ou "o estrumpfe e o leopardo")."

"Andámos muito tempo a viver acima das nossas possibilidades. O desvario foi de tal modo insustentável que só poderia ter resultado na catástrofe que vivemos hoje. Todos nos deparámos com casos concretos e são inúmeros os exemplos deste regabofe. Por exemplo... Espera aí que assim de repente é difícil lembrar-me de alguma coisa... Ah! Houve um gajo que morava num T1 e comprou uma girafa. Vi ontem no Correio da Manhã. Se estamos a passar por isto é porque esse gajo comprou uma girafa. E o que fazemos perante isto? Matamos a girafa? Castigamos o homem? Não sei, mas eu gosto de girafas e espero que não lhe aconteça nada de mal. É isso, vou comprar uma girafa! O que é que eu estava a dizer? Não me lembro, vou apanhar musgo para o presépio.

Abraços para os gajos e jokinhas para as gajas"

"Portugueses, demito-me. Estou a brincar! Era só para vos dar uma predisposição positiva antes de lerem o que tenho para vos dizer."

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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Os tortuosos caminhos para o Zen

 
Todas as minhas incursões no mundo das técnicas de relaxamento acabam comigo a ficar ansioso por não estar suficientemente calmo. Geralmente acabam comigo a gritar na cara do instrutor de Yoga:

- EU QUERO RELAXAR! RELAXA-ME! EU NÃO CONSIGO IMAGINAR QUE ESTOU NUMA PRAIA DESERTA! A PRAIA QUE EU IMAGINEI ESTÁ CHEIA DE GENTE A FAZER BARULHO E A ATIRAR-ME AREIA E A COMER ROJÕES COM BATATAS FRITAS E CÃES A URINAR EM TODO O LADO... PORQUE É QUE AS PESSOAS TRAZEM ANIMAIS PARA UMA PRAIA CHEIA DE GENTE? EU TAMBÉM NÃO CONSIGO IMAGINAR AS DIVERSAS PARTES DO MEU CORPO, A CABEÇA QUE IMAGINEI NÃO ERA A MINHA E AS PONTAS DOS MEUS DEDOS DOS PÉS TAMBÉM NÃO SÃO ASSIM! AS QUE EU IMAGINEI TINHAM AS UNHAS PINTADAS! OLHA PARA AS MINHAS! PARECE-TE QUE EU TENHO AS UNHAS PINTADAS? QUEM É QUE PENSAS QUE EU SOU? EU SÓ QUERO RELAXAR! JÁ, IMEDIATAMENTE QUE É PARA ISSO QUE TE PAGO! AGARREM-ME ANTES QUE EU LEVE TUDO À FRENTE! AAHHHHHH!...

Talvez devesse procurar um programa de Técnicas Indutoras de Ansiedade. Não me parece que conseguisse ficar nervoso por não estar a conseguir ficar suficientemente nervoso.

domingo, 16 de dezembro de 2012

A minha primeira reflexão política

A minha primeira reflexão política remonta a umas férias no Gerês. Tinha 9 ou 10 anos e estava na sala de estar da pensão. A televisão estava ligada e estava a dar o telejornal. Enquanto passava uma notícia sobre uma campanha para acabar com o trabalho infantil um senhor começou a gesticular em frente à televisão contra a iniciativa. A recordação é um bocado nebulosa mas, pelo que percebi, segundo esse senhor, o trabalho infantil era uma benção e a maneira ideal de criar homens a sério e de levar este País para a frente. Fiquei com a impressão que essa tinha sido a realidade dele e como resultou bem (ou não estivesse ele a passar umas férias no Gerês) tinha a opinião de que todos deviam passar por isso. "Não lhes faz mal nenhum, bem pelo contrário" dizia ele.

E eu fiquei um pouco assustado.

"Este homem quer que eu vá trabalhar", pensei. "Eu não quero ir trabalhar, eu não quero ir para as obras nem coser sapatos, eu quero brincar e ir à escola e aprender. Mas por outro lado, também quero ser um homem a sério e levar este país para a frente, se possível ser jogador de futebol. Mas cientista ou vendedor de gelados também não seria mau de todo". Isto num futuro longínquo, claro. Porque quando temos 10 anos, a ideia de sermos adultos é tão irreal como o Pai Natal (depois, por volta dos 13 anos, quando começamos a olhar para raparigas com outros olhos, aparece o acne para nos lembrar de que o futuro está mais próximo do que nós pensamos e que a vida não será tão idílica como imaginamos).

E foi essa uma das primeiras vezes em que tomei consciência de que nem todos tinham a mesma sorte do que eu, nem todos tinham a mesma liberdade do que eu para brincar e para ter uma vida despreocupada, cuja única responsabilidade era levar a escola a sério (o que, para miim, até era divertido). Havia miúdos da mesma idade do que eu que trabalhavam e passavam fome e eram vítimas de violência e não iam passar férias ao Gerês… Naquela altura tomei consciência da minha própria inocência e do privilégio que ela constituía. E não era eu que estava mal. ao contrário do que o outro senhor pudesse pensar, era a realidade que estava mal. E percebi que se há alguma coisa por que vale a pena lutar é para que todos os miúdos tenham a mesma sorte do que eu. Lembro-me de sair da sala um pouco melancólico e perceber que se o senhor que vociferava em frente à televisão tivesse tido as oportunidades que eu tive em vez de ter estado a trabalhar, talvez tivesse chegado à mesma conclusão. 

Se alguém ler isto e achar piada ao exercício pode partilhar a sua primeira reflexão política aqui ou no facebook

domingo, 9 de dezembro de 2012

O empreendedorismo empreendedoresco dos empreendedores





Estou a pensar em abrir um curso de empreendedorismo intitulado: "Estás desempregado? A culpa é tua, meu grande palhaço. Tua e da tua falta de atitude. Até parece que não queres ser feliz!" O nome é um bocado grande, mas estou a trabalhar nisso (há sempre a hipótese de lhe chamar "You suck").


Alguns módulos:

- Todos podemos ser o Steve Jobs (e se não fores a culpa é tua) (4 horas)
- Queres dinheirinho? Até parece que a felicidade não te chega (4 horas)
- Vamos empreender e criar coisas extremamente inovadoras (4 horas)
- História do empreendedorismo: o post it, a Via Verde, os Descobrimentos e todas essas cenas inovadoras que mudaram o Mundo (2 horas)
- Respeitinho é muito bonito e o chefe é sempre o maior (4 horas)

- Desenvolver uma atitude irreverente e rebelde: gesticular, arregaçar as mangas da camisa, escolher um bom penteado e defender o status quo (1,5 horas)

Dá direito a certificado e a um milhão de euros depoisitados na tua conta bancária no prazo de um ano *.

* Se não tiveres um milhão de euros na conta bancária após este período de tempo tens todo o direito de apresentar uma reclamação a ti próprio. A culpa é sempre tua.

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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

O Rei vai nu (na medida em que é impossível vestir embriões)



Com que então a Kate Middleton está grávida... Em termos de importância, isto é uma espécie de 11 de Setembro para a imprensa cor-de-rosa. Além disso é uma boa desculpa para a Kate fazer topless.

Pessoalmente, fico contente, acho que o que faz falta neste Mundo é mais um beto com cara de cavalo (se sair à mãe, pelo menos fica bem de vestido). Deixo os meus parabéns e desejos sinceros que a criança cresça saudável e que, no futuro, abdique de ser monarca para poder escolher a sua profissão. Cabeleireiro de cães ao domicílio, por exemplo.

Gostava também que a criança fosse um leão, por uma vez seria possível alguém acumular os títulos de Rei da Selva e de mascote do Sporting com o de Rei de Inglaterra. Infelizmente, mesmo com aqueles genes manhosos isso não é possível. O que é possível é a criança ser educada por um javali e um suricate, o que parece ser um ambiente mais saudável para a educação de uma criança do que a Família Real. Se tiver que deixar um conselho é este... Entreguem a criança a um javali e a um suricate. É uma fórmula que já deu bons resultados. Pelo menos nunca vi o Simba metido em escândalos.

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