Quando olhamos de uma falésia para o horizonte, para todo aquele mar, sentimo-nos pequeninos em relação à grandeza da Natureza e de todo o Universo. E, quando nos sentimos assim, pequeninos, do tamanho de formigas, do tamanho de grãos de areia, do tamanho de átomos, só precisamos de ver um congresso partidário para nos sentirmos grandes outra vez...
O que me irrita na natureza é a sua mania de nos fazer pequeninos... Quando fazemos algo de grandioso como um edíficio de 100 andares lá vem a natureza com um terramoto e pumba! Quando achamos que duramos muito se vivermos 100 anos lá vem a natureza com aquele facto inquestionável de que 100 anos, em termos universais, não equivalem à pintinha de um "i" no grande livro de milhões de biliões de páginas que tem a história do Universo.
É por isso que, quando vemos coisas baixas e reles como um Congresso Partidário, a nossa auto-estima sobe. Afinal, até temos alguma grandeza. A grandeza de não andarmos metidos naquelas embrulhadas. A grandeza de sabermos que, à beira do Universo, contamos tanto como um pequenino e insignificante átomo de uma bactéria que habita no sistema digestivo de um ácaro, que por sua vez montou residência no colchão de um indivíduo chamado Edmundo que, apesar de ter muitos defeitos, nem sequer é alérgico a ácaros (talvez sejamos um pouco menos do que isso)... A grandeza de não nos andarmos a armar em grandes, a dar lições de arrogantes púlpitos, com arrogantes slogans como se fôssemos deuses do Universo...
O que me irrita na natureza é a sua mania de nos fazer pequeninos... Quando fazemos algo de grandioso como um edíficio de 100 andares lá vem a natureza com um terramoto e pumba! Quando achamos que duramos muito se vivermos 100 anos lá vem a natureza com aquele facto inquestionável de que 100 anos, em termos universais, não equivalem à pintinha de um "i" no grande livro de milhões de biliões de páginas que tem a história do Universo.
É por isso que, quando vemos coisas baixas e reles como um Congresso Partidário, a nossa auto-estima sobe. Afinal, até temos alguma grandeza. A grandeza de não andarmos metidos naquelas embrulhadas. A grandeza de sabermos que, à beira do Universo, contamos tanto como um pequenino e insignificante átomo de uma bactéria que habita no sistema digestivo de um ácaro, que por sua vez montou residência no colchão de um indivíduo chamado Edmundo que, apesar de ter muitos defeitos, nem sequer é alérgico a ácaros (talvez sejamos um pouco menos do que isso)... A grandeza de não nos andarmos a armar em grandes, a dar lições de arrogantes púlpitos, com arrogantes slogans como se fôssemos deuses do Universo...
5 comentários:
Hhhuuummm...a ver o congresso do PS amigo? ;)
"Hoje vi um crepúsculo vermelho e amarelo e pensei: «Como sou insignificante!» É claro que também pensei isso ontem e choveu."
(ALLEN, Woody. Prosa Completa. Trad. Jorge Leitão Ramos e Salvato Teles de Meneses. Lisboa. Gradiva. 2004. p.13.)
Não tenho o hábito de fazer comentários em blogues (sou o típico voyeur), muito menos fazer citações, mas, havendo raparigas que visitam o teu espaço, é uma operação de charme do je, caral... Ups!
É mais do que óbvio que somos importantes e que a nossa auto-estima deve ser alta, já viste o trabalho que o Universo teve para nos criar?
O ser humano, cada um de nós, é importantíssimo para todo o equilíbrio. Somos uma obra de arte tão grande e maravilhosa, como qualquer outro fenómeno da natureza...
Lu.a
Ao que eu cheguei, não é? :)
RS
Nunca tinha pensado no meu blog como um local de engate... Tenho a certeza que vais conseguir impressionar muita gente com esse tipo de citações. Não tens é queda para escolher os sítios.
Mas boa sorte na mesma!
Iris
É fantástico pensar em tudo o que teve que se passar para nós acontecermos... Mas tudo isso deixa de fazer sentido a partir do momento em que inventaram os Congressos partidários :p
Se somos uma obra de arte tão maravilhosa porque é que vamos a Congressos Partidários? Nunca vi a Gioconda num congresso do PSD ou o tecto da Capela Sistina num Congressso do PP...
(é só brincadeira! É óbvio que concordo contigo...)
Também me sinto pequenina de vez em quando, mas é exactamente quando vejo pessoas em congressos partidários que percebo o génio do(s) criador(es) do Universo.
Imagina só a capacidade de escrever guiões de humor negro que ele(s) te(ê)m, o quanto alguns se devem de rir de nós! Nós, humanos, meramente actores nesta enorme peça de teatro de grande produção, que é a nossa vida.
E tu sabes o quanto a nossa sociedade gosta de actores, logo somos todos grandes, muito grandes...
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